quarta-feira, 6 de maio de 2009

Someday...

Ando viciado numa música dos Strokes de nome someday,
cujas lyrics começam:


"In many ways, they'll miss the good old days
Someday, someday
Yeah, it hurts to say, but I want you to stay
Sometimes, sometimes

When we was young, oh man, did we have fun
Always, always
Promises, they break before they're made
Sometimes, sometimes"


Não sou muito de andar praí a analizar letras de música, mas
Isto lembra-me de acontecimentos recentes. Os momentos de
nostalgia que passo, ao ver o orkut de ex colegas de turma,
a felicidade que tenho em falar com uma amiga que já não via
desde a quinta série e, sobretudo, o medo que a entrada na
faculdade representa.

O que vai ser da minha vida? Uma revolução, talvez?
Não reclamo, não reclamo. Aliás, reclamo sim. Mas reclamo do
momento actual. da Inércia que são meus fins-de-semanas,
da inércia que é a minha vida social. E porque esse medo tão
grande, em deixar que a revolução em minha vida aconteça?

Eu já passei por tanto nos últimos dois anos e meio (neste
momento, minha consciência luta. metade diz que não foi
assim tanto, e outra diz-me que foi assim tanto, e que tenho que
aprender a dar mais valor a mim próprio), que seria suficiente
para saber que toda mudança vem para bem, e para mal.

Mas onde mora o medo? Talvez o receio de não conseguir
corresponder as expectativas? Talvez o medo de falhar...
Sempre este, sempre este... Mas eu bem sei que, pior que falhar
ao tentar, é falhar sem sequer tentar, desistir.

Agora, sou obrigado a estudar cinco horas por dia. Irritei-me com
meu pai, pela decisão. Mas será que ele não tem razão? Eu canto
para todos os ventos, que serei um advogado, e serei grandioso, e
isso e aquilo, mas quase nada faço para, sequer, assegurar a minha
entrada na faculdade.

Parece-me que chegou a hora de crescer.
Havia de chegar "someday", e esse "someday" é hoje.

2 comentários:

Anónimo disse...

O mundo real é, acima de tudo, imprevisível. Aquela sensação sonhadora, romântica de um futuro distante é, agora, derrubada por um medo, um arrepio que segue a espinha, os frios no estômago, as noites sem dormir. Mas o medo ainda é um excelente combustível, pois, uma vez que buscamos superá-lo, quando buscamos superá-lo, somos capazes de cortar as correntes que nos prendem ao solo, à segurança e ao conformismo. Ainda que a construção de toda uma vida seja assustadora, não deixa de ser uma aventura digna a cair de cabeça. Aproveite.

Seu pai exagerou com as cinco horas, mas não deixa de estar certo. Talento é paciência. E grandeza deve ser desejada, como diria Van Gogh. Mas, acima de tudo, deve-se possuir garra, esforço e concentração. Você sabe disso. Páre de pensar no que pode vir acontecer e passe, como começou agora nesse regime de estudos, a garantir que aconteça, através do estudo e do trabalho.

By the way, a felicidade de retomar amizades perdidas na quinta série é recíproca.
=*

Shaun Nobody disse...

Sabes Rodrigo, és obrigado a estudar 5horas por dia, e reclamas que vais ser um grande advogado e não asseguras a tua entrada.
Sabes, também eu reclamo que o vou ser e não luto por estudar. Apenas desisto, facilmente, ao ser confrontado com as dificuldades e com as pessoas que me deixam a meio do cominho, abandonado.
Desisto, sento-me a um canto, de cigarro na mão, a sonhar com o que tenho medo.
Rod, tu és um rapaz com garra, e desde à muito que queres direito, por isso, não encraves.Não faças como eu. Eu uso o meu exemplo porque também estou em direito, só que já passei por muita coisa pela caminho.

Acredita, só uso o meu exemplo porque quero diferente para ti.
Grita. Enerva-te.
Tudo isso só faz bem.

Um beijo Big Sister.