quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Making Salad

uf. meus olhos. caraças, aquela merda tá forte.
eu gosto de cozinhar de vez em quando.
ultimamente tenho feito saladas cá em casa.
gosto imenso de fazer esta salada. é muito boa.
mas acho que o que eu mais gosto, é de ter que usar uma faca.

adoro facas. e espadas. gostava de aprender a manejar uma.

domingo, 27 de dezembro de 2009

l'inconnu

- anda comigo!
- hm?
- anda comigo!
- pra onde?
- vem! (a puxá-lo pelo braço)
- ok, ok, mas não me rasgues a camisa. para onde é que vamos
- é surpresa.
(param de andar, e estão agora sozinhos. todo barulho e luz, provêm de um aglomerado lá ao fundo)
- pronto, chegámos.
- o que se passa? (a sentar-se no chão encostado à parede)
- eu estava farta do barulho. (ao sentar-se ao pé dele) queria poder relaxar um pouco.
- ok. espero que não te incomodes (enquanto mete a tocar o 'kind of blues' no seu telemóvel)
- não. de todo.
- já está. diz-me.
- estou um bocado cansada. (a repousar a cabeça sobre o ombro dele) mas elas todas estão lá a divertir-se, ainda não me quero ir embora.
- hm.
- estás tão calado. és sempre assim?
- dizem que não.
- mas passa-se algo?
- não, nem por isso.
(ela levanta a cabeça, olha pra ele, e eles beijam-se)
- como é que te chamas mesmo?
- rael.
- ah, eu chamo-me...
- rita, eu sei. Já me disseste.
- ah...
- eu já estou habituado. nunca se lembram do meu nome.
- oh, não é verdade. eu agora não me esqueço mais.
- ok.
(ficam a beijar-se durante uma meia hora, até que aparecem as amigas da rita)

- ritaa! vambora.
- eu... tenho que ir.
- ok. adeus, rita.
- adeus... hm... adeus.
- como é que eu me chamo mesmo?
- hmmm... pedro?
- sim (com um sorriso amarelo, mas não muito), pedro.
- eu disse que não esquecia.
- é verdade.

sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

Pobres Devaneios de um Infeliz.

Obrigado por me castrares. Já poucos problemas tinha eu, quando chegaste aqui e disseste "Eu existo".


Já agora, o que são devaneios?

Uma questão de método.

Eu não sei escrever. Eu só penso. directo para o papel. ou ecrã. ugh.

1TB

Soy loco por ti, mio tera. Soy Loco por ti amor.

domingo, 20 de dezembro de 2009

Tittless

Eu perguntei-ei, a Deus do Céu ai: 'Por que tamanha-a judiação?'

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Neste momento, gostava de conseguir escrever.
Costuma fazer-me bem.
Mas não consigo. Por agora, só consigo doer.
É tudo que me sinto capaz de fazer.

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

5 minutos de ócio físico = a 10 minutos de actividade mental

Eu gostava de saber escrever.
A sério. Não te rias.
Fogo, para! Não gozes comigo, não gosto que gozem comigo.
Por que és tão má? Eu só queria aprender a escrever.
E por favor, não me digas que para isso basta encher um texto com vírgulas, que não é verdade.

Canta pra mim. Canta enquanto eu escrevo.

Tão doce a tua voz. Mas escrever, é mentira.
Não. Mentira é esta realidade. O trovador do real, a flertar com o imaginário.
Será sinal de que está a tornar-se num ser delirante?
Mal sinal, mal sinal.

Outro dia tive a ler Caeiro. Todo poemas deles na antologia que tenho do Pessoa.
Grande mestre teve o senhor Campos. Grande mestre espero eu querer ter.
Grande homem, com grandes ideias.
Aliás, não fosse já eu tão identificado com certos aspectos de Campos, e passaria a ter Caeiro no topo do meu pedestal.

Meu velho jovem. Sofista por natureza. E só o praticava porque assim é que era. Sua natureza. Amante das simplicidades, és autor dos mais complicados dos simples pensamentos existentes.
Mas ainda que sejam os mais complicados, não deixam de ser o que são, simples.
E esses velhadas ainda andam por aí, a dissecar a tua obra, a tua arte. Como se nela, estivesses a dizer algo mais do que o que é dito. Como se existisse algum mistério na coisa. Mas como tu mesmo nos ensinaste, o único mistério real das coisas, é que as coisas não têm mistério nenhum.

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Uma vida Clichética.

Era o seu cliché favorito. Um homem, a chegar à casa cansado do trabalho, liga o seu toca-discos, põe o seu "Kind of Blues", e mete-o a tocar. Serve-se de um bocado de whisky (rasca, duas pedras de gelo), e acende o seu cigarro. Agora, ouve a música numa sala escura, cuja única iluminação são feixes de luzes que ultrapassam as persianas. É a cidade que vive, para ele é uma reflexão. Segura o cigarro entre o indicador e o dedo médio da mão direita, e o copo com os restantes dedos da mesma mão. Com a outra, agarra o seu rosto, receio de que se lhe caiam os pensamentos e a sanidade. Já não há nada que não lhe cause dor. Nem mesmo o simples fechar de olhos. A cada trago de whisky, a cada passa no cigarro, a cada suspiro, ressente o seu corpo a doer. Como se tivesse sido espancado. E fora, de facto. Ou melhor, metaforicamente. Fora espancado pela vida, como se não fosse nada. Espancado, como um animal indefeso. Mas parece que estava escrito. Parece que sempre fora malfadado a tal situação, e que por mais que tentasse, seria incapaz de se desenvencilhar de tal realidade.

Abre os olhos, e já não está no seu cliché. As luzes continuam apagadas e as persianas entreabertas. O cigarro está quase a queimar seus dedos, o gelo já se derreteu. A cabeça continua a lhe doer, e parece sentir-se ainda mais cansado. Encontrava-se agora na situação cliché com que tanto sonhara e esperara.

A seguir a mais um trago no whisky, questiona-se, se de facto ele não tinha escolha, ou se não ter escolha fora uma escolha dele.