terça-feira, 24 de julho de 2012

Last Page.

É difícil passar por esta página e não revisitar os meus últimos meses que em muito me têm sido difíceis. sinto, na verdade, que é impossível entrar aqui e não me sentir agoniado. Nos últimos meses, todos meus posts foram de pesar, de dor. O que é algo que tenho tentado superar. Não digo adeus, pois já estou aqui ao lado, a dar início a um novo caderno, a novas páginas. E quero convidar vocês, acredito que exista alguém (sem saber, ao certo, se o plural é apropriado), a visitar o meu mais novo blog, O Sisífico.

http://sisifico.blogspot.com.br/


Fim



Rodrigo de Alencar.


sexta-feira, 25 de maio de 2012

Feliz Aniversário, Senhor Vasco.

São os anos do teu avô outra vez. Deu-se a volta completa, e apesar dos desejos e das promessas, já não mais estamos no mesmo banco de praça, ou sequer um ao lado do outro. Um imenso abismo separa-nos, no mental. No físico, uma larga gota d'água (salgada como o suor da minha pele e as lágrimas dos meus olhos), ampliam esta já infinita distância que nos separa. Já te imagino a ler isto, a pensar em como sou louco e doente, em não conseguir seguir em frente. Tens razão, talvez já não possua cura. É-me impossível passar um dia sem por meus olhos mentais sobre a tua silhueta. Para onde olhe, algo ou alguém grita sempre pelo teu nome, e eu, com toda esta distância, não consigo senão doer. Cantáramos (num passado tão distante que parece-me poético), em uníssono. E num uníssono tão perfeito, como apenas uma pessoa com duas vozes seria capaz de o fazer. Tenho saudades de sentir a tua pele na minha, as nossas mentes em comunhão (ainda que, por vezes, contrárias), as tuas conquistas como felicidades minhas e as tuas dores como minhas derrotas. Tenho saudades de estar deitado com dores e abraçar-me a ti, sabendo que tudo passaria e que a pena trazia consigo um grande prémio. Mas não mais. A pena parece-me, cada vez mais, já não ter qualquer sentido, e as dores já não parecem ter um fim palpável. Conheço-te (cada vez menos, é também verdade. A distância faz disto às pessoas), e sei que estás revoltada por ter-me a falar (outra vez mais, qual incansável cabrão) nisto. Invejo-te, posto que te atinge a dor, apenas quando me lês; ao passo que, a mim, espetam-me frequente e constantemente. À pequena Capitolina Lisboeta, radicada no Tramagal, Daquele que ainda (e sempre há de) te ama(r), Rodrigo Alencar.

sexta-feira, 18 de maio de 2012

4.

Oiço-te a cantar, e não há milímetro dentro de mim que não se revire de dor e saudades. Quase quatro meses; e no entanto, parece-me que foi ontem. Congelaram-se-me os dias desde que te foste, e interminável é o meu inverno.

segunda-feira, 9 de abril de 2012

Still you.

I don't care how many times you get the punchline wrong. You'll always be funny.

domingo, 1 de abril de 2012

Homesick

Largo da Carioca, sexta-feira 19H. As pessoas preparam-se, com grande alívio, para irem para casa. Já não se encontra no seu pico o 'rush', e eu exclamo: "Casa! olha-me este movimento! Tanta gente na rua, que prédios altos!". Volto a olhar, com algum fascínio, para cima. Nunca Lisboa sonharia em ter prédios tão altos. Até sinto-me bem por aqui, isto é mesmo maravilhoso.

Fito o cigarro, ou aquilo que se lhe sobra, a voar dos meus dedos.

Não importa o quão belo seja, isto não é Lisboa, e não estou em Portugal.

sábado, 10 de março de 2012

Carta a Nuno Markl

Hoje à tarde, vinha eu do Pingo Doce da Parede, tinha ido às compras para a casa. No caminho de volta, vinha por ruas que não conhecia (mudei-me para esta casa na passada segunda –feira, ainda não estou habituado aos caminhos entre ela e o centro da Parede), quando de repente, dou por mim diante de um dos meus maiores ídolos (arrisco a dizer, o meu maior ídolo português), a entrar em sua casa. Já há uns dias andava a dizer que tinha de descobrir onde é que o Nuno Markl morava, mas ainda não o tinha feito. E ali estava eu, por acidente, diante dele. Chamei-o, tratei por Nuno, a intimidade unilateral partilhada por nós, fazia-me com que me sentisse no direito de o fazer. Com algum ar de embaraço (devo supor que nunca se tenha, de facto, habituado à ideia de ser famoso), e talvez algum medo (compreendo que os meus 1,85 e meu habitual chapéu negro possam parecer assustadores numa primeira abordagem), foi de forma muito pronta que recebeu o meu chamado e estendeu-me a mão. Parabenizei-lhe pelo trabalho, e pelo merecido prémio (de melhor autor do passado ano). Para fazer conversa, disse-me logo que ainda não havia recebido, ao que exclamei: “malditos.”. O meu estado era de êxtase, encontrava-me incapaz de processar qualquer linha racional com mais de três palavras, e que fizesse qualquer tipo de sentido no momento. Muito teria eu para dizer mas, como é óbvio, não sou o centro da vida de ninguém senão da minha. Pobre homem, estava a chegar à casa, junto do filho e da mulher, deveria querer descansar. Disse-lhe logo que não queria tirar-lhe mais tempo ao fim-de-semana, reiterei os parabéns pelo trabalho feito, e segui, ainda em êxtase, para casa. Depois que comecei a retornar à realidade, resolvi questionar-me: O que raios passa-se? Por que parecia eu, um ser emotivo-racional, com uma groupie ao encontrar meu ídolo? Parece-me demasiado estranho, mas a olhar para trás, faz-me todo o sentido. Há certas relações que são unilaterais. Por razões óbvias, não comunico com o Markl ao ouvir os seus ‘cromos’ ou ‘primos’, mas ele comunica comigo. E já muitas foram as horas que passei ao lado dele. É como um grande amigo, que está sempre a ajudar-nos, seja a fazer-nos rir por estarmos bem, seja a fazer-nos rir por estarmos a chorar, que sequer saiba aquilo que está a fazer, mas ele sempre esteve lá. Muitas foram as solitárias horas que passei a ouvir ‘cromos’ ou ‘primos’, que se me fizeram brotar sorrisos na minha cara. Uma vez, vinha no comboio a gargalhar tanto a ouvir um cromo, que dali a pouco, toda a carruagem estava a rir-se da minha gargalhada e comigo. Altamente contagiante! Até, às custas do senhor Markl, adoptámos eu e meus amigos de faculdade o grito de guerra “Aquela Máquina!”, baseado nas velhas publicidades da Regisconta, com as quais travámos contacto via ‘Caderneta’. É inevitável, a minha vida encontra-se altamente contaminada por ideias tuas, e pelo teu trabalho. E é isto que explica todo o meu embaraço e falta de jeito para falar, só de te ver à minha frente.

Obrigado por tudo que fizeste por mim e pelos meus.
Rodrigo Alencar,
10/03/2012

quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Tu Reis, Eu Campos.

As nossas semelhanças, que eram tantas, começaram a mostrar-se mais reduzidas. Eu comemorava, éramos diferentes, e isto fazia com que completássemos-nos mutuamente. Mas gostavas de Reis, e eu de Campos. Mostravas-te extremamente reticente quanto a estas diferenças, mas eu abraçava-las. Afinal, tu gostas de Reis e eu de Campos. Um dia, acabaste comigo. Dizias que continuavas a gostar de mim, mas não era aquilo que esperavas. E por mais que o repetisses com a maior das naturalidades, continuava a não me fazer sentido. Se amamos-nos, por que cessar? Mas gostas de Reis, e eu de Campos. Quase dois meses passaram, e eu continuo a amar-te como se nada tivesse acontecido. Tu dizes-me que também amas-me, e que ainda gostas muito de mim. Mas que não consegues ver-nos juntos outra vez. E sentido não me continua a fazer, mas por amar-te, respeito a tua decisão. Afinal, gostas de Reis e eu de Campos...

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Para que?

Quando consigo colocar a sentimentalidade em segundo plano e racionalizar, vejo que ao perder-te, mais ainda do que perder-te a ti, eu perdi uma esperança, um objectivo claro. Quando estávamos juntos, eu aguentava as coisas mais complicadas a pensar "tudo por ela. ela faz com que esta pena seja válida". No entanto, desde que te foste, este desejo extinguiu-se. Agora, há certas coisas que não fazem sentido serem ultrapassadas. Não há nada do lado de lá, que faça realmente valer a pena. Eu tento pensar que sou eu que faço valer a pena, e que é pelo bem do meu futuro. Mas não me parece suficiente. É como se eu me aceitasse como causa perdida, e por isso, não me preocupasse em tentar consertá-la. Talvez seja esse o meu caso, talvez seja, de facto, uma causa perdida.

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Sim ou não?

Por vezes, pergunto-me se ainda vens cá. Lembro de me o dizeres, que todos os dias cá vinhas, qual ritual sagrado. Pergunto-me, e transtorno-me. Pois se dizes que 'não', penso: "já perdeu assim tanto o interesse em mim? terá sido aquilo tudo apenas farsa?"'; por outro lado, se é um 'sim' a tua resposta, penso: "se ainda assim mantens o teu interesse em mim, como podemos estar assim tão distantes, e continuar a sentirmos-nos bem?".


E, com este paradoxo, transtorno-me ainda mais. até que deixe de pensar nisto. durante alguns segundos, e volte outra vês a fazê-lo.

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

como estás?

Perguntam-me como estou. Inquestionavelmente respondo: "melhor, obrigado por te preocupares comigo". Mas eu não sei dizer até que ponto isso é verdade. Estou a fazer mais coisas do que fazia há 7 dias atrás? Não, nem por isso. O que se passa quando penso em ti? Entristeço-me. E quando pronunciam-me o teu nome, a referir-se a outra pessoa, como me sinto num primeiro momento, só de o ouvir? Arrepiado, completamente assustado.

Estarei assim melhor? Bem, eu gosto de pensar que sim. Mas acho que é apenas mais uma vã tentativa de enganar-me a mim mesmo.

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

You.

Eu gostava que existisse um canto da minha vida que não me lembrasse de ti, para que me pudesse lá trancar e conseguisse não mais sofrer, sem ter de parar de pensar. Infelizmente não há. Desde que prometi-te que te traria sempre junto de mim, que isto deixou de ser um objectivo, ou algo a tentar. simplesmente acontece de estares sempre dentre os meus pensamentos. Se te queres ir embora, vai-te de uma vez e sai-me dos pensares, que de ti só tenho senão a distância, o negar e, por conseguinte, a tristeza. Se queres ir, vai. Mas deixa-me. Até no pensar.

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

imóvel.

Vazio. É o meu estado já há quinze dias. Estou trancado, diariamente mentindo-me a mim mesmo, fugindo. Não consigo evitar, o problema é demasiado grande e, dadas as circunstâncias, insolúvel de momento. É como se eu tivesse perdido uma parte de mim. É como não, perdi, de facto, uma parte de mim. O céu já não mais há-de ser tão azul, ou a relva tão verde. E o mundo? O mundo parece-me cada vez mais calado. Já não mais quero falar com o barqueiro, mas acredito que só por encontrar-me vazio. Eu não sou nada. Não sou acção, não sou sentimento, não sou desejo, não sou vontade. Sou um nada, estático e inamovível. Que por mais que deseje ser removido, não consegue forçar suficientes para se remover.

domingo, 22 de janeiro de 2012

I still do.

I wonder if you hear me cry on your dreams. And does it feed you? It should. I just can't understand how we are no more. How did we lose ourselves? It sure was your call, but why did you do it? Didn't we used to say we were meant to be, and we were special to each other? And you say you still love me, then why let it go? Couldn't we keep on trying like we always did? It was never a great burden on me, for I've loved you. And I still do. Why can't we just hold hands and act like a new day? We can't pretend this didn't happen, but we can overcome it and ignore it. Please do. I still love you.

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

(...)

Silêncio. Nada oiço. Salta-me uma lágrima, mas sem fazer barulho.
Olho à volta. Vejo pássaros a rodear, e o vento a passar. Parecem fazê-lo como se do som de uma música qualquer se tratasse, fazem-no de forma rítmica. Mas continuo a nada ouvir. Estarei surdo? É estranho, mas o mundo parece ter outro jeito. Podia jurar que, ainda ontem, a relva era verde, e não cinzenta. Sinto um aperto no peito esquerdo, e a minha cabeça pulsa como se de um terramoto se tratasse. De onde veio toda esta água que me molha, se olho para cima e não chove? Já mais nada faz sentido. Dêem-me dois óbolos que vou ter com o barqueiro.