domingo, 13 de fevereiro de 2011

Longos Devaneios.

Eu nunca parei para consolidar estes pensamentos, talvez porque me assustassem bastante (não que não me assustem hoje, simplesmente alterou a intensidade), mas parece-me que esta é uma boa altura para o fazer.

Outro dia, meu pai disse-me que teve receio que eu não aguentasse, quando eu vim morar para Portugal. E até então, eu nunca tinha visto as dificuldades que esse acto implicavam, uma das quais, eu sofro até hoje. Certo é, que eu não tinha muitos amigos em 2006, quando deixei a minha casa no Méier e vim morar para Carcavelos em Portugal, mas havia toda uma realidade da qual eu estava cercado desde que nasci, e era a única que eu verdadeiramente conhecia. Algumas vezes, eu apanho-me a pensar, e parece que não tenho vivências. Grande parte da minha infância, é encarada por mim, como memórias alheias. É como se eu tivesse sido somente um espectador, e não as tivesse vivido.


Certo, eu concordo que a minha vida entre a sexta série e a oitava (o tempo até então dividia-se assim. por séries escolares, e não por anos) foi um grande desperdício. Mas daí que eu não me consiga ver como a viver aquilo? Estou a por em causa a minha própria existência.

Para rematar, meu contacto com pessoas que conhecia na altura, é (semi) nulo. E a existência daquele semi, só é possibilitada pelo Roberto, que tanto insistiu, e tanto insiste comigo. Sabem aquele contacto que mantêm com os antigos colegas de escola? Isso para mim não existe. Minha vida, para trás de dezembro de 2006, não existiu.

Quais são as raízes que eu tenho na MINHA cidade? Família? Alguma, sim. E amizades? não existem. Se voltar para lá, sou mais estranho a tudo a todos, do que aqui. Sou tão estranho lá, quanto sou estranho em qualquer outra cidade, que eu nunca tenha estado.