terça-feira, 24 de janeiro de 2012

imóvel.

Vazio. É o meu estado já há quinze dias. Estou trancado, diariamente mentindo-me a mim mesmo, fugindo. Não consigo evitar, o problema é demasiado grande e, dadas as circunstâncias, insolúvel de momento. É como se eu tivesse perdido uma parte de mim. É como não, perdi, de facto, uma parte de mim. O céu já não mais há-de ser tão azul, ou a relva tão verde. E o mundo? O mundo parece-me cada vez mais calado. Já não mais quero falar com o barqueiro, mas acredito que só por encontrar-me vazio. Eu não sou nada. Não sou acção, não sou sentimento, não sou desejo, não sou vontade. Sou um nada, estático e inamovível. Que por mais que deseje ser removido, não consegue forçar suficientes para se remover.

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