quinta-feira, 1 de julho de 2010

Jean Paul S. [132 e 133]

"Frantz: Não faz outra coisa. Generosa, virtuosamente. Como um bom soldadinho. O que é, é que mente muito mal. Sabe? Para uma pessoa mentir bem é preciso que ela própria seja uma mentira: é o meu caso. A Johanna, pelo contrário, é verdadeira. Quando olho para si, conheço que a verdade existe, mas que não está do meu lado. (rindo) Se há alguns órfãos em Düsseldorf, aposto que estão mais gordos que tordos!
Johanna (com uma voz mecânica e teimosa): Os órfãos de Düsseldorf sucumbiram! A Alemanha morreu!
Frantz (brutalmente): Cale-se! (pausa) Então? O pior caminho, sabe agora qual é? A Johanna abre-me os olhos de tanto tentar fechar-mos. E eu, que todas as vezes percebo o jogo, faço-me seu cúmplice porque... porque não quero perdê-la.
Johanna (que recobrou um pouco a presença de espírito): Cada qual faz então o contrário do que quer?
Frantz: Exactamente."

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