quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

5 minutos de ócio físico = a 10 minutos de actividade mental

Eu gostava de saber escrever.
A sério. Não te rias.
Fogo, para! Não gozes comigo, não gosto que gozem comigo.
Por que és tão má? Eu só queria aprender a escrever.
E por favor, não me digas que para isso basta encher um texto com vírgulas, que não é verdade.

Canta pra mim. Canta enquanto eu escrevo.

Tão doce a tua voz. Mas escrever, é mentira.
Não. Mentira é esta realidade. O trovador do real, a flertar com o imaginário.
Será sinal de que está a tornar-se num ser delirante?
Mal sinal, mal sinal.

Outro dia tive a ler Caeiro. Todo poemas deles na antologia que tenho do Pessoa.
Grande mestre teve o senhor Campos. Grande mestre espero eu querer ter.
Grande homem, com grandes ideias.
Aliás, não fosse já eu tão identificado com certos aspectos de Campos, e passaria a ter Caeiro no topo do meu pedestal.

Meu velho jovem. Sofista por natureza. E só o praticava porque assim é que era. Sua natureza. Amante das simplicidades, és autor dos mais complicados dos simples pensamentos existentes.
Mas ainda que sejam os mais complicados, não deixam de ser o que são, simples.
E esses velhadas ainda andam por aí, a dissecar a tua obra, a tua arte. Como se nela, estivesses a dizer algo mais do que o que é dito. Como se existisse algum mistério na coisa. Mas como tu mesmo nos ensinaste, o único mistério real das coisas, é que as coisas não têm mistério nenhum.

4 comentários:

SuzanAvi disse...

Só agora tive oportunidade de conhecer este teu lado.
Você escreve muito bem! Parabéns!
Visitarei mais vezes.

"Amo-te mais do que ontem e menos do que amanhã."

Saudades... Beijocas...

Anónimo disse...

Teu Caeiro me faz sonhar com meu Drummond....


Como você escreve bem sem tentar, sem esforço, mas com ênfase, com delicadeza, natural.

Me deixa: eu gosto de te agradar.

Emms. disse...

os teus textos estao cada vez mais ao meu gosto. (:
este esta mesmo great.

Mar disse...

" Mas como tu mesmo nos ensinaste, o único mistério real das coisas, é que as coisas não têm mistério nenhum. "


sono terminato .