quarta-feira, 2 de março de 2011

Prometeu, Agrilhoado.

[...] E ao proferir tais palavras, Zeus Basileus* fez com que emergissem das águas, quais peixes saltitantes, inquebrantáveis correntes, que prenderam Prometeu sem que pudesse, sequer, esboçar uma reacção. Estava decidido. O Supremo Juiz declarara: Prometeu passará a sua (eterna) vida preso ao Cáucaso, e a ter seu fígado, debicado por uma águia. Somente para que o fígado recresça, e volte a ser consumido no dia seguinte. Essa espera pelo retorno da ave, é das piores angústias que um homem pode sofrer. Todos dias, tenta também, em vão, partir as correntes, para se poder libertar da sua eterna punição.

A incessabilidade*, faz com que este seja, pois, o mais cruel dos castigos. Bem merecido, contudo. Não tivera ele cometido o mais grave dos crimes: dera aos homens o segredo do fogo, que Zeus guardava para si.

A Perpetuidade da punição, e a durabilidade das correntes são do conhecimento de Prometeu. Afinal, foi ele quem deu o Fogo ao Homem.

Mas não é por isso que ele deixa de tentar rompê-las.
Afinal, foi ele quem deu o Fogo ao Homem.


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* Basileus: palavra grega com o sentido de "rei". dei preferência a esta forma, pela eufonia provocada pela expressão "Zeus Basileus"
* Incessabilidade: palavra que julgo ser um neologismo por mim criado. Tem a pretensão de expressar a capacidade de Incessante.

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