quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

calado.

Pergunto-me: Perdi a voz? Há tanto tempo que já não escrevo, que não me sinto realmente compelido a escrever. Parei de pensar? É facto que não. Ou assim eu o interpreto. E a vontade de escrever? Para onde partiu? A verdade, é que o meu âmago berra, e eu não oiço. Ou pelo menos, evito ouvir. Uma vez mais, apelo para um texto sobre o não conseguir escrever. Passado um tempo, costuma libertar-me. Vamos ver se desta também se sucede o mesmo.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Frases que só fazem sentido em latim [2]:

Maçãs podem ser fatais.

sábado, 4 de dezembro de 2010

Frases que só fazem sentido em latim [1]:

Apenas o bom senso pode discernir entre o belo, e a guerra.

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Palavras de abertura da Classica nº 23, por Victor Jabouille

Apesar de não ser meu, devo dizer que identifico-me bastante com este grito.

“Apesar da violência natural e humana e das grandes perturbações que preenchem este final do século XX d.C, as "coisas" clássicas parecem prosseguir, e bem, o seu percurso no nosso país. Novas revistas, novos cursos de Licenciatura e de Mestrado, profusão de Congressos e Colóquios nacionais e internacionais, sobrevivência dos antigos cursos e das velhas revistas (algumas remodeladas) - mesmo que, como no caso da Classica, tenham sido obrigadas a quebrar a periodicidade da sua edição -, inúmeras publicações, defesa de muitas dissertações de Doutoramento e de Mestrado, reconhecimento internacional… Tudo parece indiciar um clima de abundância e de fortalecimento.

É evidente que as referências feitas são consequência directa do trabalho de alguns que, principalmente no meio universitário, se agitam e persistem em pugnar na defesa de uma cultura fundamentadora em que acreditam e que consideram indispensável. De facto, e olhando com realismo o outro lado do panorama nacional, o Grego está moribundo, confinando-se o seu ensino a algumas – muito poucas – Escolas Secundárias e Universidades. Quanto ao Latim – mal-amado por muitos, principalmente pelos detentores de um saber tão moderno e tão especializado que confia com o limes de uma ignorância cabotina -, assistimos à diminuição crescente do número de alunos inscritos no Ensino Secundário e à fragilização da sua docência no Ensino Superior.

O Grego e o Latim – termos genéricos que englobam as línguas mas também as respectivas culturas – são, talvez, desnecessários neste nosso tempo. Já falámos disso e os novos dados apenas acentuam os anteriormente adquiridos. Não deixa, contudo, de ser cada vez mais evidente o vazio cultural que é deixado com o abandono do cultivo das litterae humaniores. Não deixa de ser curioso verificar como a “sociedade global” é cada vez menos culta e, em consequência, menos criativa e qualitativamente menos produtiva. A fundamentação cultura é uma mais-valia em qualquer época; ignorá-lo é um risco demasiado grande e de consequências negativas irrecuperáveis. Compreender o mundo moderno é, necessariamente, conhecer e integrar o passado, os actos e os artefactos tradicionais.

Repare-se no modo confrangedor como a língua portuguesa é tratada pela incompetência dos utentes responsáveis, consequência da ignorância das línguas e valores clássicos. Uma experiência comprova-o: a televisão, fenómeno de comunicação e divulgação de massas não recente, adquiriu, em Portugal, uma dimensão maior. A concorrência entre os vários canais para a conquista de audiência e o aparecimento da televisão por cabo assumem-se como cúmplices no crime cultural. Pseudo-tradutores – maioritariamente habilitados com diplomas do ensino superior – enchem as legendas de dislates, disparates e outras barbaridades, fruto do desconhecimento das línguas originais e da incompetência em Português. E, principalmente, de uma imensa fragilidade cultural, que não permite sequer que tomem consciência das asneiras que escrevem.

O diagnóstico da situação está feito há muito; mas piorou. A situação é hoje mais grave porque as reformas pragmáticas em todos os graus de ensino pretendem ignorar a Cultura Clássica, desprezando o ensino das línguas e desconhecendo o da cultura. Em nome de curricula actualizados, impedem-se aos alunos de se matricularem em Grego; em defesa de uma pedagogia de ponta, suprime-se o Latim. É a geração McDonald’s da cultura: os carnívoros que nunca comeram um bom bife, acham que o mundo da carne se extingue no cheeseburguer... por vezes feito com minhocas.

A situação hoje é mais grave também porque é defendida em nome de uma política oficial de ensino e de perspectivas, comerciais, de afirmação do ensino superior. Há Universidades que pugnam pela supressão do Latim porque… se calhar, são muito novas, demasiado novas para saberem o que é o verdadeiro sentido do saber universitário (ou foram afectadas pela proximidade da praia…); o Ensino Superior Politécnico – embora copie os modelos curriculares humanísticos das Universidades -, não tem lugar para a Cultura Clássica por ser poli-técniko… Quanto aos Ensinos Básico e Secundário, continuam, embora o neguem, em fase experimental de definição e procura, definitivamente afastados dos valores fundamentares e dos saberes essenciais, embalados na descoberta da mais recente novidade importada, por vezes velha de séculos. As excepções confirmam a tendência generalizada.

Não somos, de modo algum, contra a inovação, a invenção, a definição de novos quadros epistemológicos ou a introdução de matérias diferentes, actuais e práticas. Somos, também, a favor do não aniquilamento daquilo que é culturalmente formador e indispensável para todos, seja qual for o grau de especialização tecnológica. Defendemos, mais, que as duas perspectivas são conciliáveis e, mesmo, compatíveis. Não é novidade, não é original. A Classica procura ser, há mais de vinte anos, uma forma de confirmação.

O balanço pessimista dos Estudos Clássicos não é apenas nacional. De facto, um pouco por todo o lado, assistimos, de forma mais ou menos acentuada, ao enfraquecimento do interesse pelas “coisas clássicas”. Os modernos planos curriculares não têm espaço para o Grego nem para o Latim, o homem moderno deixou de estar disponível para as coisas profundas, o stress do quotidiano e o exaspero acelerado da vida moderna impedem a abertura de espaços de fruição e enriquecimento culturais. Mas surgem, também, indícios de sinal contrário.

A problemática da actualidade do Latim volta a ser equacionada em livro acabado de publicar – Le Latin ou l’Empire d’un signe. XVI-XX siècle de Françoise Waquet (Paris, Albin Michel, 1999) -, actualizando de forma pertinente o discurso acerca do seu interesse. O competente dicionário Gaffiot conheceu uma reedição em 1999. No seu número 235 (Setembro de 1999), a revista L’HISTOIRE dedica a Tribuna da última página (grande destaque) a um artigo de Bernard Sergent com o sugestivo título “Sauvons le Grec”. O Presidente da Sociedade Francesa de Mitologia, depois de analisar o lugar do Grego no sistema escolar francês e de realçar a sua importância para a língua e para as ciências, aponta duas medidas de solução para ultrapassar esta fase crítica, uma delas “progressista”: “… visto que os cursos ditos ‘europeus’ se multiplicam em França [e em Portugal, diríamos], é necessário impor o Grego como matéria obrigatória. Pela simples razão de que a cultura grega é a única que foi comum à Europa Ocidental e à Europa Oriental.” O Grego é, em suma, a herança cultural que partilhamos com toda a Europa. Fica, é claro, uma última pergunta: terão os classicistas alguma culpa na concretização do estado negativo? Os classicistas, creio que não; grande parte das pessoas que andam pelas clássicas, sim. A prova positiva está nos exemplos com que iniciámos estas breves palavras de abertura; a negativa, cada um terá a sua…”

Victor Jabouille

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Viagem

Desde pequeno que tenho uma larga ideia de para onde quero ir. E desde pequeno, que sonho em chegar lá, de avião. "Subia num avião, onde quer que eu estivesse, e no momento seguinte chegava lá". Com o passar dos anos, descobri que são muito poucos aqueles que conseguem atingir o seu destino de avião. Como meu destino continuava a uns largos anos de distância, e o avião já não me parecia viável, comecei a ter sonhos com viagens de autocarro. Mas, independente das carreiras que eu tentasse, as viagens para o meu destino eram sempre muito caras. Pediam-me, sempre, que mudasse de nome e aparência, de ideias e de companhias. Revoltei-me com o mundo e decidi que faria a viagem a pé. Mas como já vos disse, o meu destino estava longe, e numa estrada sem placas ou sinais, arriscava-me a afastar-me demasiado do caminho, e de não conseguir retornar a tempo. Hoje, eu viajo de bicicleta, e sinto-me mais à vontade. Inevitavelmente, acabo por me perder. Por vezes, até o faço por vontade própria... Mas consigo sempre voltar para o caminho. Acabo sempre por voltar para o caminho. Sem esquecer, jamais, de fazer os desvios.


é preciso saber conciliá-los. O Caminho e os Desvios.

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Dis-álogo.

E: Olá.
R: Olá.
E: Como te chamas?
R: Rodrigo.
E: O nome dos teus amigos?
R: Não sei.
E: De onde vens?
R: Não sei.
E: O Nome dos teus pais?
R: Não sei.
E: O Nome dos teus irmãos?
R: Não sei.
E: Tens irmãos, ao menos?
R: Não sei.
E: Do que gostas de fazer?
R: Não sei.
E: Gostas de ler?
R: Não sei.
E: Gostas de ouvir música?
R: Não sei
E: Gostas de ver tv?
R: Não sei.
E: Gostas de conversar?
R: Não sei.
E: Existes?
R: Não sei.
E: Como te chamas, mesmo?
R: Rodrigo.


quinta-feira, 1 de julho de 2010

Jean Paul S. [132 e 133]

"Frantz: Não faz outra coisa. Generosa, virtuosamente. Como um bom soldadinho. O que é, é que mente muito mal. Sabe? Para uma pessoa mentir bem é preciso que ela própria seja uma mentira: é o meu caso. A Johanna, pelo contrário, é verdadeira. Quando olho para si, conheço que a verdade existe, mas que não está do meu lado. (rindo) Se há alguns órfãos em Düsseldorf, aposto que estão mais gordos que tordos!
Johanna (com uma voz mecânica e teimosa): Os órfãos de Düsseldorf sucumbiram! A Alemanha morreu!
Frantz (brutalmente): Cale-se! (pausa) Então? O pior caminho, sabe agora qual é? A Johanna abre-me os olhos de tanto tentar fechar-mos. E eu, que todas as vezes percebo o jogo, faço-me seu cúmplice porque... porque não quero perdê-la.
Johanna (que recobrou um pouco a presença de espírito): Cada qual faz então o contrário do que quer?
Frantz: Exactamente."

Jean Paul S. [131]

"Johanna (num grito): Não!
Frantz: Bem vê que conhece a saída.
Johanna (com paixão): Nós fomos felizes.
Frantz: Felizes no Inferno?
Johanna (reatando com ardor): Felizes no Inferno, sim. Não obstante a sua porfia, não obstante a minha. Suplico-lhe, suplico-lhe; fiquemos tal-qual somos. Esperemos sem uma palavra, sem um gesto (agarra-o pelo braço). Não mudemos"

Jean Paul S. [122]

"Johanna: Por minha culpa?
Frantz: Eu devia ter percebido que ela ia estragar tudo. Para expulsar o tempo deste quarto foram-me precisos cinco anos; para o trazer para cá outra vez bastou-lhe a si um instante. (mostra o relógio) Este meigo animal que ronrona à volta do meu pulso, e que eu enterro na algibeira quando ouço a Leni bater à porta, é o Tempo Universal, o tempo das informações horárias, dos guias de caminho de ferro e dos observatórios. Mas que utilidade pode ele ter para mim? Sere eu, por acaso, universal? (olhando para o relógio) Acho suspeito este presente.
Johanna: Muito bem. Restitua-mo.
Frantz: Nem pensar! Fico com ele. Só gostava de saber porque é que a Johanna mo deu.
Johanna: Porque ainda estou viva e o Frantz também.
Frantz: Viver, o que é? Esperar por si? Eu já não esperava por nada antes de mil anos. Nunca apago a luz; a Leni vem quando lhe apetece; eu dormia quando calhava, quando o sono se dignava a visitar-me; numa palavra, nunca sabia as horas. (com azedume) Agora é o vaivém dos dias e das noites. (olhar ao relógio) Quadro e vinte e cinco; a sombra alastra; murcha o dia. Detesto as tardes. Quando a Johanna partir, será noite; e aqui, à luz perpétua deste candeeiro, eu sabê-lo-ei... e terei medo. "

Jean Paul S. [118]

"Werner: QUe receias tu, ficando aqui?
Johanna (sempre glacial): Antes de ti atraíram-me a morte e a loucura. Lá em cima, essa atracção renasce. E não quero sentí-la outra vez. (pausa.) Parece-me às vezes acreditar ainda mais que o teu irmão na história dos caranguejos.
Werner: Porque o amas.
Johanna: Porque esses caranguejos são verdadeiros. Os loucos dizem a verdade, Werner.
Werner: Sério? Qual Verdade?
Johanna: Há só uma verdade: o horror de viver. (Calorosamente) Não quero! Não quero! Prefiro mentir a mim própria. Se gostas de mim, salva-me. (Mostrando o tecto com um gesto) Esta tampa esmaga-me. Leva-me para uma cidade onde tudo seja de toda a gente, onde todos mintam a si mesmos. Onde haja vento. Vento que venha de longe. Voltaríamos a ser o que éramos, juro-te Werner! Encontrar-nor-íamos outra vez..."

segunda-feira, 21 de junho de 2010

sábado, 19 de junho de 2010

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Álvaro de Campos - Adiamento

A Saramago.

Sim, eu tinha fome e comi uma vírgula. Mas tu? Tu estavas enfastiado, passaste mal e vomitaste-as.

Devaneio na Gulbenkian

Ó chefe, traz-me lá um bocado de 'razão de viver'. Ah, mas sem 'metafísica', que eu tenho um intestino muito sensível

Estética. Ou melhor, Aesthesis.

Hoje tive um 'daqueles' momentos em que a vida passa a ter muito mais sentido.

Às 6 da manhã, sob o despertar do dia (já com luz, ainda sem sol), e acompanhado pelo frio matinal de uma atípica manhã de (fim-de-) primavera, caminhava em direcção à estação de Carcavelos, ao som de Coltrane e Duke Ellington.

São momentos assim, que me fazem acreditar na existência de um ser superior (ainda que só por umas dúzias de minutos).

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Deambulações. [2]

É favor ler o de baixo primeiro. Este é uma espécie de continuação.

---
Acabou-me a folha. Agora, escrevo num talão de multibanco. Tento encolher a letra, para fazê-lo render. Letra pequena? Nem parece meu, mas das necessidades saem inventos. Se bem que não se pode chamar pequeno a isto.

Mente vazia, oficina do diabo. Há tantas coisas que gostava de fazer e não consigo.

Mas acho que a vida é mesmo isso. A arte do conciliar tudo que gostamos e gostaríamos de fazer, com aquilo que TEMOS que fazer.

--- verso ---

às vezes, de tempos em tempos, gosto de atravessar, à noite, a estação de Carcavelos pela linha. Neste momento, parei ao pé de um poste, e escrevo isto encostado a uma árvore. E sabe-se lá como, arranjei espaço no talão para continuar a escrever.

Deambulações. [1]

É impressionante como a criatividade não tem sítio nem hora para aparecer. Neste momento, encontro-me no comboio, com um bocado de papel que achei na carteira (vivera a função de lista de compras hoje mais cedo), com uma caneta que desviei, na semana passada (da sala da tuna), que havia deixado na mala do Aikido, e encontro-me também, cheio de vontade de escrever, sem pensar em nada, nem ninguém, em concreto (neste momento [ou melhor, há bocado, quando escrevi o que já havia pensado, e pensava em novas coisas para escrever], penso em duas ou três pessoas).

Tenho o papel à mão, a mão e a coxa, esquerdas, fazem de suporte.

Oiço Coltrane(ou melhor, ouvia. Estou com Geirinhas no repeat agora) e espero que o comboio arranque. Foda-se! O pensado é algo tão rápido! Tão rápido, que há havia arrancado o comboio, e eu ainda nem havia escrito que estava a espera.

Passo a folha para a perna direita.

Ouvi-la a cantar, inspira-me. Faz-me querer gravar mais declamações. Talvez amanhã grave mais um ou dois Campos.

Esta gravação tem um ruído de fundo constante, que apesar de chato é muito charmoso.

Nossa, estou a ficar sem papel. Daqui a pouco escrevo em lenços.

Agora parei de escrever. Sobra-me tão pouco espaço na folha, que acho que quero que ele dure para sempre. Mas qual o sentido em preservar o papel para poder escrever, se nunca vir a escrever algo lá? Esperar pelo momento perfeito? E eu saberei distingui-lo quando chegar? E se o momento perfeito for este? Estou a escrever porque me apetece, e não por julgar ser o momento perfeito. Se for, tanto melhor. Se não o for, azar. Soube bem à mesma.


sexta-feira, 4 de junho de 2010

NE.

Não duvido que saiba amar.
Tenho é a certeza que não sabe o que é não ser amado.

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Quoting.

"[...] 'parece que a sua mãe exprimiu várias vezes, aos amigos, o desejo de ter um enterro religioso. Tomei à minha conta este encargo. Mas queria pô-lo a par'. Agradeci-lhe. Embora sem ser ateia, enquanto viva a mãe nunca pensara na religião"


O Estrangeiro - A. Camus.

sábado, 29 de maio de 2010

LL.

Há pessoas cujos sorrisos fazem-nos mover montanhas, só para poder vivenciá-los.

O mais interessante, é que às vezes ainda sentimos que guardámos o troco.

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Por que?

Só porque sim.

terça-feira, 25 de maio de 2010

Agir.

Sento-me sozinho (num daqueles assentos retrateis) no comboio.
Concentrado na minha música, noto qualquer coisa, baixo os fones, só para ouvir uma voz à minha frente:

- Olá, meu nome é Rui. Mas os amigos chamam-me R.

[fico a olhar com ar de estranheza para o homem.]

- Tu, como te chamas?

- E-eu?

[ele acena positivamente com a cabeça.]

- Rodrigo.

- Rodrigo...

[olho outra vez com ar de estranheza para o homem,
de modo que ele responde-me a esticar os olhos.]

- Ah. Rod pros amigos.

- Rod? Gosto desse nome.

- Obrigado...

- Rod, fazes-me um favor?

- Se eu conseguir...

- Sorri.

- Desculpa?

- Sorri!

- Por que?

- Só porque sim.

o Comboio chega a Oeiras, e com ar de apressado, diz-me adeus e sai a correr, sem nem me dar tempo de resposta.

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Lookin' at the others, to better understand ourselves.

Já alguma vez pararam num sítio minimamente movimentado, para observar as pessoas que passam? Tirar os fones, e observar como elas andam, o que falam, como falam... Agora olha à tua volta...

Olha à tua volta e procura. Procura, que hás-de encontrar. Mesmo no mais feio dos lugares, hás-de encontrar algo para olhar... algo, que te faça sorrir.

Agora olha de novo para as pessoas a passar. Repara como eles correm, tão atrasados para as suas vidas (ou quiçá para as suas mortes). Por que será que eles não reparam naquilo que tu reparas? Mal sabem eles o que perdem...

Patéticos, não são? Pois...


Agora... diz-me lá que não és um deles.

quinta-feira, 13 de maio de 2010

I try.

He's tried a lot. At least, that's what he says.
I'm not sure if he actually did try. Perhaps
he just insists on saying that, so he won't feel
miserable by crumbling or giving up.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

ccud?

casas comigo um dia?

não me leves a sério.
são apenas loucuras de um ser inconsciente.
ditas somente a sentir, jamais a pensar.
agrada-me a irracionalidade deste momento.

casas comigo um dia?

é que apesar de ser irracional, parece-me correcto.
pelo menos do meu lado, pelo menos para mim.
não é que não me preocupe contigo.
eu seria o melhor.
o melhor que conseguisse ser.
não costumo ser o melhor em muitas coisas.
aliás, não costumo ser o melhor em nada.
e também raras são as vezes em que sou bom em coisas.

casas comigo um dia?

é que eu sei que não sou ninguém, nem nunca serei,
e não quero acabar sozinho. peço-te em casamento,
não por pensar que estejamos no mesmo patamar,
mas é que eu gosto de sonhar alto.

casas comigo um dia?


----

Fresh outta msn. Written during a conversation avec my friend Marta, e adaptado agora.


quarta-feira, 28 de abril de 2010

agricultura.

eu estou constantemente a plantar sementes que germinam, mas raramente colho frutos.

quinta-feira, 15 de abril de 2010

pisseudos.

eu detesto pisseudos.
aliás, eu sempre detestei pisseudos.
por que será, então, que eu tornei-me num?

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Platão + Wirginia Voolf (!!), tinha tudo para ser perfeito. mas o.. babacão aqui teve que meter água. -.-

sábado, 10 de abril de 2010

sinto-me um bocadinho triste. e nem sei bem porque.

sexta-feira, 9 de abril de 2010

i've always looked for a happy ending.
but i can't seem to find a happy start.
or even A start.

ao som de: Capital Inicial - Tudop Mal.


domingo, 7 de março de 2010

Graecia, no nosso mundo.

A sinalética de trânsito a indicar 'sentido proíbido', nada mais é que um Theta maiúsculo estilizado. e mais não digo.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Coisa

Rod wants Dantas dead. PIM! diz:
*olha lá, coisa.
Karma. diz:
*coisa
*?
Rod wants Dantas dead. PIM! diz:
*sim. coisa
*tu és coisa, eu sou coisa.
*todas coisas são coisas.

inspired by Clarissa.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

I Want to...

passar a noite inteira acordado ao pc e dormir de manhãzinha.
passar 95% desse tempo no pc, a jogar um jogo qualquer online.
passar 100% desse tempo, a ouvir música. 70's. Sobretudo prog rock.
e nos outros 5% do tempo, preocupar-me só com o MSN e com comida.
saudades.

crescer dói.

domingo, 21 de fevereiro de 2010

P.R.

Tenho 14 anos uma vez mais.
E adoro os 70's uma vez mais.
E adoro prog rock uma vez mais.
E eu quero ser o David Gilmour uma vez mais.

graças a uma certa senhora, que me fez revisitar certas coisas da minha adolescência musical, na passada quarta feira.

to Miss Iscariot.

thanks for not letting me fall when everyone elese did.
thanks for being there for me when I needed you the most.
thanks for helping me when everyone else turned their backs on me.




"Father, forgive them, for they know not what they do"


shameful.

K.I.

o perigo não é perder a fé na humanidade. o perigo é perder a fé em mim próprio.

FP.

invejo Pessoa. não por ser pessoa, mas sim por ser pessoas.

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Twenty One

You don't know who or what I am. Actually, no one knows.

The taller and the thicker is the wall we build, the louder is our cry for help. It doesn't matter how tall or how thick do we build it, we are always looking for someone to help us to tear it down.

domingo, 31 de janeiro de 2010

Prepare Your Dancin' Shoes!

Hoje Mais três.

dias.


FOOOOOOOOOOOOOOOOOOODA-SE!

Get

domingo, 17 de janeiro de 2010

Farewell.

No PC, and no iROD. my awful life, is getting "awfuler".

i might disappear for some time. days, weeks, months. dunno. see y'all someday.

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Hurt

i'm hurt.

For no one.

e já são três da manhã. ou melhor, três e dezoito. weezer nos ouvidos, ipod na cadeira (novo hábito), pc ligado, pouco sono... e uma frequência amanhã às nove, o que signífica que daqui umas três horas tou a levantar. "significa" com agudo? puta merda, que deficiência. eu podia ser feliz. i mean, acho que podia. mas não quero. se calhar nem consigo e tou só a inventar história. mas a verdade é que gosto de ser triste. triste não. 'miserable'. misery parece-me uma palavar mais adequada para descrever essa minha pessoa. sou feliz a ser triste. isso faz-me feliz. ainda que triste.

e é aqui que me revejo em campos. e em caeiro. aqueles cabrões pensavam. demais. ou melhor, pra caralho! ambos sabiam que isso era o seu problema. um tentava fugir disso, e assumir a natureza. mas mesmo ao lado dela, não deixava de ser um pensador compulsivo. o outro, aceitava o pensamento, questionava-se sempre quanto ao mesmo, e era um infeliz compulsivo.

e é por isso que continuo a preferir campos ao caeiro. a verdade é que sou um poeta que não sabe escrever.

e sem saber o que sou, sei ao menos que sou um paradoxo.


e já são três e quarenta. foda-se!

domingo, 10 de janeiro de 2010

Aufgeben

Já toda gente o fez por mim.
Quando será que eu decidirei, por fim, fazê-lo também?

Já é tarde demais, para se fazer outra coisa.
Penso que esta seja a única solução.

Tenho o rosto seco,
mas por dentro sou só água e cloreto de sódio.

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

no title

I've got an acustic guitar...
I've named it after you...
and I call her Clarisse...
just like frenches do, yes I do... yes I do...

ao som de In the Garage - Weezer

Virtuose À Modo: Esmiuçando Reais Demonstrações Alternativas

O solo fértil não será para sempre fértil.
Para o ser, é preciso de muito cuidado.
É preciso disposição, mas só ela não é suficiente.
É preciso meios, e conhecimentos.
O adubo é importante, mas há factores a se considerar.
É preciso, por exemplo, saber a sua proveniência.
O adubo animal é sempre bem vindo. Já o vegetal, não.
A genética similar entre adubo e cultura do solo, pode ser
prejudicial, não só à cultura, como também ao solo.

Mas o adubo não é o único factor importante. Temos também,
que considerar a quantidade de água (que tão bem faz, às plantas).
Demasiada água, provoca alagamento do solo, tornando-o outra vez
imprório. Isto quando a água é doce, pois caso seja salgada, ela por
si só já é harmful às plantas e ao solo.